sábado, 26 de janeiro de 2013

MEIO AMBIENTE_12_01_13

Desmatamento cai no Brasil, mas sobe em países vizinhos, diz Imazon
Segundo instituto, Bolívia, Equador e Colômbia puxam a alta na Amazônia.
Fatores que afetam a região vão de construção de estradas até mineração.

Uso do solo aumentou em mais de 4 mil hectares e focos de incêndio diminuíram em dez anos (Foto: Divulgação/IBAMA)

Os países da América Latina devem ter cada vez mais ações de cooperação no combate aos crimes ambientais, avalia o cofundador e um dos principais pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Beto Veríssimo. Ele participou do 6º Encontro do Fórum Amazônia Sustentável, realizado em Belém, nesta quarta-feira (5), e avaliou questões sobre desmatamento na região da Pan-Amazônia, que inclui nove países, entre eles Bolívia, Venezuela, Equador e Colômbia, além do Brasil.

O pesquisador apontou que o desmatamento na Amazônia brasileira está em tendência de queda, enquanto em países vizinhos – em especial Bolívia, Equador e Peru – o número aumentou. "Muita gente acha que a Amazônia é apenas o Brasil. Mas o Brasil tem cerca de 65% da floresta, e outros 35% estão em outras nações", ressaltou Veríssimo.

O cofundador do Imazon citou o atlas "Amazônia sob Pressão", divulgado nesta semana por ONGs. Pelo documento, a Amazônia, espalhada por nove países da América do Sul, perdeu 240 mil km² devido ao desmatamento, no total, entre 2000 e 2010. Saiba mais
China é o maior consumidor de madeira do mundo, aponta ONG
País estaria fomentando comércio ilegal para alimentar mercado interno.
Segundo relatório, nações africanas aumentaram exportação para Ásia.

Imagem aérea de desmatamento divulgada pelo Pnuma. (Foto: Divulgação/iStockphoto/Gyi/Pnuma)

Relatório publicado nesta quinta-feira (29) pela Agência de Investigação Ambiental, organização não governamental do Reino Unido, aponta que a China é o pais que mais importa, exporta e consome madeira do mundo, além de ser o principal responsável pela destruição das florestas tropicais.

De acordo com o documento, enquanto na última década os Estados Unidos e a União Europeia tomaram medidas contra o desmatamento ilegal, a China passou a comprar quantidades crescentes de madeira de origem duvidosa.

“Entre 80% e 90% das árvores derrubadas em Moçambique (na África) têm como destino final a China”, afirmou Julian Newman, diretora da ONG britânica. Ela disse ainda que 44% do volume importado é destinado para empresas públicas. Segundo o relatório, a demanda interna do país é o principal fator de alta das importações de madeira.

Além disso, a ONG aponta que atividades ilegais de extração madeireira estão se movendo para diversas regiões do mundo, como Madagascar, Serra Leoa, Tanzânia, Gabão, Guiné Equatorial e Congo. Mais da metade das importações chinesas são provenientes de países como Birmânia, Papua Nova Guiné e Moçambique. Saiba mais
Volume de gases estufa na atmosfera bate novo recorde, diz órgão da ONU
Gases como o CO2 e o metano atingiram volume máximo em 2011.
Levantamento é da Organização Mundial de Meteorologia.

Chaminé de indústria na China (Foto: JF Creative / Image Source / AFP)

O volume de gases estufa – gases responsáveis pela retenção de calor no planeta – na atmosfera bateu um novo recorde em 2011, segundo um relatório apresentado nesta terça-feira (20) pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), ligada às Nações Unidas.

A quantidade de dióxido de carbono – ou CO2, o gás estufa mais emitido pelas atividades humanas – cresceu em uma taxa semelhante à da década passada e atingiu 390,9 partes por milhão (ppm), um volume 40% maior do que a atmosfera tinha antes da Revolução Industrial. Nos últimos dez anos, o aumento médio foi de 2 ppm por ano.

Desde 1750, cerca de 375 bilhões de toneladas de carbono já foram emitidos para a atmosfera. Segundo o relatório, a queima de combustíveis fósseis foi responsável pela maior parte desse volume. Saiba mais
Mudança climática torna chuvas do Pacífico Sul imprevisíveis, diz estudo
Região pode ter tanto enchentes quanto secas, com combinação de fatores.
Ilhas já são ameaçadas pela possibilidade de aumento do nível do mar.

Oceania é vulnerável à mudança climática, dizem especialistas (Foto: Digital Typhoon, National Institute of Informatics)

As alterações que a mudança climática devem provocar nos padrões das ilhas do Pacífico Sul serão extremas e imprevisíveis, segundo um estudo publicado neste domingo pela edição online da revista científica “Nature Climate Change”.

As chuvas na região devem ser afetadas de duas maneiras opostas. Por um lado, o aumento na temperatura tende a aumentar o volume de chuvas localmente. Por outro, a evaporação da água dos oceanos será alterada.

A simulação conduzida pela equipe de Matthew Widlansky, do Centro Internacional de Pesquisas do Pacífico, na Universidade do Havaí, nos EUA, mostrou que a região equatorial passará a receber mais chuva, o que pode causar seca nas ilhas mais ao sul.

Com a simulação, os cientistas concluíram que a coincidência entre os dois fatores cria um cenário em que é muito difícil prever as precipitações de chuva.

A região do Pacífico Sul, na Oceania, é composta por arquipélagos como Tonga, Fiji e Samoa. Essas ilhas, muito baixas e vulneráveis às mudanças do oceano, também sofrem com a ameaça do aumento do nível do mar, outra possível consequência do aquecimento global. Saiba mais
Cientistas relacionam lençol freático esvaziado a tremor no Sul da Espanha
Fenômeno de magnitude 5,1 atingiu Lorca em 2011 e matou nove pessoas.
Terremoto teria sido causado por redução no nível do aquífero local.

mapa terremoto espanha 2 (Foto: Arte G1)



Um terremoto que matou nove pessoas em 2011 na Espanha pode ter sido causado pelo esvaziamento do lençol freático na região, o que sugere que a atividade humana ao longo das décadas teria causado alterações na crosta terrestre, disseram cientistas.

O estudo, publicado na revista "Nature Geoscience" neste fim de semana, examinou o sismo de 11 de maio do ano passado em Lorca, no sul da Espanha. O tremor, de magnitude 5,1, abalou vários edifícios da localidade agrícola.

Pablo González, da Universidade de Ontário Ocidental, disse que ele e seus colegas consideram que o terremoto foi causado por uma redução no nível do aquífero local, o que pode criar uma pressão na superfície terrestre.

Para testar essa teoria, eles usaram dados de satélite para avaliar como o terreno foi deformado pelo terremoto, e descobriram uma correlação com mudanças na crosta terrestre em decorrência da redução de 250 metros no nível do lençol freático, por causa da retirada de água ao longo de cinco décadas.

Eles concluíram que uma sobrecarga causada por humanos sobre falhas geológicas como a existente perto de Lorca, conhecida como Falha de Alhama de Murcia, pode não só causar um terremoto como também influenciar a distância até onde a falha irá escorregar. Saiba mais
Plantação de Salmão
Empresa no Canadá gera polêmica ao tentar fertilizar região no Pacífico

Editora Globo
Multiplicação dos peixes: A pesca do salmão, ao lado, e a região do Pacífico bombardeada com ferro, abaixo. Imagens de satélite sugerem maior concentração de plâncton, mas o desequilíbrio ecológico pode prejudicar a vida marinha 
(Foto: Getty Images)

Desde outubro, uma empresa chamada Haida Salmon Restoration esteve no centro de uma polêmica ao “fertilizar” o Pacífico com ferro. Em julho, ela usou o metal como adubo para bombar o crescimento de plâncton, que, ao morrer, afundaria carbono da atmosfera no leito do mar. Um grande projeto de geoengenharia, como os da página 58? Não exatamente.

A ideia não era manipular o clima, e sim o ecossistema. O derrame de mais de 100 toneladas de ferro ao longo da costa canadense pretendia, na verdade, aumentar a população de salmões, segundo Russ George, cientista líder do projeto.

Ele conta que o empreendimento foi iniciado na vila de Old Masset, nas ilhas Haida Gwaii, região que luta para restabelecer sua pesca de salmão. No Pacífico norte, a quantidade de salmões que saem do mar para o rio no período de reprodução caiu de 24 milhões, em 1992, para 1,4 milhão, em 2009. “O povoado investiu milhões de dólares no sonho de trazer seus peixes de volta”, diz George.

A ideia surgiu depois que a nuvem de poeira de uma erupção vulcânica de 2008 causou um boom de plâncton, levando a um recorde na pesca de salmão em 2010. George diz que a empresa queria vender créditos de carbono para recuperar o investimento, já que o florescimento de plâncton poderia ajudar a tirar carbono da atmosfera.

O problema é que não existem evidências científicas de que isso realmente funcione — nem para a fixação de carbono, nem para o milagre da multiplicação de peixes. Por isso mesmo, o “bombardeio de ferro” é proibido por uma convenção da ONU de 2008. Agora, a empresa que tentava bancar a defensora do clima e da pesca está sendo investigada por crime ambiental. GALILEU
Noruega repassa US$ 180 milhões ao Brasil por queda no desmatamento
Verba é parte do Fundo Amazônia, que prevê receber US$ 1 bi até 2015.
País europeu repassou quantia devido à redução na devastação florestal.
Desmatamento Amazônia 2012 (Foto:  )

A Noruega concordou em liberar mais US$ 180 milhões ao Brasil destinado ao Fundo Amazônia devido à redução no desmatamento da floresta, informou nesta quinta-feira (6) o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Baard Vegar Solhjell, em evento realizado em Doha, no Qatar, onde acontece a conferência climática da ONU, a COP 18.,

O valor faz parte do pacote de US$ 1 bilhão que deve ser repassado ao governo brasileiro até 2015 para ações de combate ao desmatamento do bioma. Até agora, o país europeu já repassou US$ 670 milhões.

O montante também foi prometido à Indonésia pela proteção de suas florestas tropicais. No entanto, a Noruega advertiu ao governo asiático no começo deste ano que a reforma de seu setor florestal não será o suficiente para o cumprimento da promessa de reduzir as emissões de carbono em 26% até 2020.

"Esses esforços têm um efeito positivo tremendo para a biodiversidade, o sustento das comunidades locais e dos povos indígenas e os padrões de chuva local e global", informou o ministro norueguês em um comunicado divulgado à imprensa. "A importância do que o Brasil alcançou com relação ao desmatamento nos últimos anos não pode ser subestimada", afirmou.

No fim de novembro, o Ministério de Meio Ambiente divulgou que o desmatamento da Amazônia Legal registrou o menor índice desde que foram iniciadas as medições, em 1988.

De acordo com dados do Prodes, entre agosto de 2011 e julho de 2012 houve a perda de 4.656 km² de floresta, área equivalente a mais de três vezes o tamanho da cidade São Paulo. O índice é 27% menor que o total registrado no período entre agosto de 2010 e julho de 2011 (6.418 km²). Saiba mais
ONU vê sinais 'mais fortes' de ação humana na mudança climática
Estudo divulgado na COP 18 afirma que temperaturas continuam subindo.
Brasil e Índia disseram em conferência esperar 'empenho' de nações ricas.

Representantes de 190 países estão reunidos em Doha, no Qatar, para a COP 18. (Foto: AFP)

Os indícios de que o aquecimento global seja causado por seres humanos estão se tornando mais fortes, disse o chefe de uma comissão científica da ONU, Rajendra Pachauri, em um novo golpe para os céticos que tentam atribuir a mudança climática a variações naturais. A informação foi divulgada por agências internacionais nesta quinta-feira (29).

Presente na conferência climática da COP 18, em Doha, no Qatar, onde cerca de 200 países discutem como limitar as emissões de gases causadores do efeito estufa, Pachauri disse que o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), a ser divulgado em 2013, deve citar uma possibilidade ainda mais forte que associe a atividade humana e as mudanças climáticas. Saiba mais
Levantamento inédito aponta perda de gelo na Antártica e na Groenlândia
Equipe de 47 especialistas reuniu dados de dez missões de satélites.
Desde 1992, derretimento fez mar subir cerca de 11 milímetros, concluíram.

Imagem divulgada por um dos pesquisadores mostra corredeira no meio de calota polar na Groenlândia em 4 de julho deste ano (Foto: Ian Joughin/AP)

Um time de 47 especialistas de 26 laboratórios internacionais reuniu dados de dez missões de satélites para medir a perda de gelo das calotas de gelo da Antártica e da Groenlândia, e o reflexo disso no aumento do nível do mar.

A conclusão deles é que, desde 1992, o derretimento nessas regiões elevou os oceanos em cerca de 11,1 milímetros. Segundo os autores, dois terços da água vieram da Groenlândia, e o restante, da Antártica.

A pesquisa será publicada na próxima edição da revista “Science”, nesta sexta-feira (30). Os dados se enquadram na da previsão do relatório do o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), de 2007, mas esta era tão ampla que sequer permitia saber com certeza se a Antártica estava perdendo ou ganhando gelo.

Segundo os autores, o novo levantamento é duas vezes mais preciso do que a informação de que se dispunha antes. “Nossas estimativas de perda de geleiras são as mais confiáveis até agora. Elas encerram 20 anos de incerteza em relação às mudanças na massa das camadas de gelo da Antártica e da Groenlândia, e sua intenção é virarem os dados de referência para os cientistas do clima a partir de agora”, afirmou a jornalistas o professor da Universidade de Leeds, na Inglaterra, Andrew Shepherd.

O estudo ainda aponta que a taxa combinada de derretimento da camada de gelo aumentou com o tempo e, juntas, Groenlândia e Antártica agora perdem mais de três vezes a quantidade de gelo que perdiam na década de 1990.

O professor Erik Ivins, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), um dos coordenadores do levantamento, aponta que “a taxa de perda de gelo na Groenlândia aumentou quase cinco vezes desde meados dos anos 1990. Em contraste, enquanto as mudanças regionais no gelo antártico ao longo do tempo são surpreendentes, o balanço geral permaneceu relativamente constante – ao menos dentro da certeza proporcionada pelas medidas de satélite que temos à mão”. 
Estudo diz que Groenlândia perde 200 bilhões de toneladas por ano
Perda de massa é resultado de derretimento por mudança climática.
Dados foram obtidos por satélites entre abril de 2002 e agosto de 2011.

Degelo na Groenlândia pode não impactar tanto a elevação do nível do mar, afirmam cientistas (Foto: Divulgação/Ian Joughin/Science)

O território da Groenlândia perdeu quase 200 bilhões de toneladas de massa por ano entre abril de 2002 e agosto de 2011, segundo dados captados pelos satélites Gravity Recovery and Climate Experiment (Grace), uma parceria entre a agência espacial americana (Nasa) e o Centro Aeroespacial Alemão.

A pesquisa de Christopher Harig e Simons Frederik, do Departamento de Geociências da Universidade de Princeton, nos EUA, está publicada na edição desta segunda-feira (19) da revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).

Essa intensa perda de área na Groenlândia é resultado do aquecimento global e do derretimento das calotas polares. Entre os anos de 2003 e 2004, a redução de massa se concentrou na costa leste da região, que pertence à Dinamarca. Ao longo dos dois anos seguintes, a diminuição ficou menor no nordeste e se intensificou no sudeste.
Geração de energia por hidrelétrica precisa dobrar até 2050, diz agência
Propostas foram apresentadas pela Agência Internacional de Energia.
Objetivo é limitar as emissões de gases que provocam o efeito estufa.

Usina Hidrelétrica Santo Antônio começou a gerar energia em março deste ano (Foto: Santo Antônio Energia/Divulgação)

A Agência Internacional de Energia (AIE) apresentou nesta segunda-feira (29) uma série de recomendações para dobrar a produção de energia hidrelétrica no mundo até 2050, com o objetivo de limitar as emissões de gases que provocam o efeito estufa e conter o aquecimento do planeta.

Em 2010, as fontes hídricas geraram 16,3% da energia consumida no mundo, quase 3.500 terawatts (TWh), recordou a AIE, agência com sede na França ligada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em um mapa do caminho divulgado no congresso Hidro 2012, que acontece até quarta-feira (31) em Bilbao, norte da Espanha.

Esta produção supera a energia nuclear (12,8%), o que faz desta a primeira fonte renovável de energia elétrica, muito à frente da eólica, solar, geotérmica e outras energias renováveis (3,6%).

Mas é relativamente pouco na comparação com as energias fósseis (petróleo, carvão e gás), que asseguram 67% da produção mundial de eletricidade. Para duplicar a capacidade e a produção hidrelétrica até 2050, a agência pediu o fim dos obstáculos legais e que a energia seja melhor aceita. Saiba mais
Pesticidas agrícolas matam abelhas e prejudicam polinização, diz estudo
Zangões mortos por produtos químicos impactam colônias.
Grande parte de alimentação global de vegetais depende da polinização.

Zangão (Foto: Reprodução/Nature)


Pesticidas agrícolas estão matando zangões e prejudicando a habilidade deles para se alimentar. Assim, colônias vitais para a polinização das plantas podem vir a não desempenhar as suas tarefas, de acordo com estudo publicado neste domingo (21) na revista científica "Nature".

A pesquisa feita por cientistas da Universidade de Londres, no Reino Unido, expôs colônias de 40 zangões, abelhas maiores do que as mais comuns, aos pesticidas neonicotinoide e piretroide durante quatro semanas, em níveis semelhantes aos que se dão nos campos.

Os neonicotinoides são produtos químicos semelhantes à nicotina usados para proteger uma série de culturas de gafanhotos, pulgões e outras pragas. Análise feita pelos pesquisadores afirma que a exposição aumentou a mortalidade e reduziu o desenvolvimento e o sucesso da colônia. Além disso, o estudo diz que a exposição a uma combinação de dois pesticidas "aumenta as chances da colônia fracassar".

Zangões formam colônias de algumas dúzias, enquanto outras abelhas formam colônias de milhares. "Efeitos em uma abelha podem ter uma importante repercussão na colônia. Essa é a novidade do estudo", declarou o principal autor da pesquisa, Richard Gill. Saiba mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário