quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

CRESCENDO/DEZ/JAN


Gravidez interrompida
Um em cada 200 casais vai ter aborto de repetição. Conheça as causas, os tratamentos e o que fazer se você passar por um

Ben Welsh/Corbis
Um, dois, três abortos. A terceira perda consecutiva com o mesmo parceiro – e com menos de 20 semanas de gestação – é um sinal para os médicos de que existe algum problema ou no organismo feminino ou na evolução da gravidez que precisa ser investigado. Mulheres com mais de 35 anos, que tiveram dois abortos, também integram esse grupo do chamado aborto de repetição. Por mais difícil que seja, o importante é você saber que, em grande parte dos casos, a causa é tratável – e aí você tem as mesmas chances de engravidar que qualquer outra mulher.
Quais são as chances de eu ter um aborto e do problema se repetir?

Entre 15% e 20% das gestações vão ser interrompidas naturalmente por algum motivo (a má-formação genética do embrião, que geralmente não é herdada dos pais, é o mais comum e, na maioria das vezes, esse problema tende a não se repetir) e cerca de 80% dos casos acontecem até a 12ª semana. Quem teve uma perda apresenta mais chances de passar por isso de novo. “O risco sobe para 25% na gravidez seguinte e ultrapassa os 50% na próxima”, afirma Ricardo Barini, coordenador do Ambulatório de Perdas Gestacionais do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher e professor da Universidade Estadual de Campinas (SP).
Por que o aborto de repetição acontece?

Em cerca de 30% dos casos a causa é desconhecida. Nos outros, as mais frequentes são:

Trombofilia: é o aumento da coagulação sanguínea. Na gravidez, podem se formar coágulos na placenta que limitam a troca de oxigênio e alimento entre mãe e bebê. Exames de sangue definem o diagnóstico. Dependendo do caso, o tratamento pode ser feito em casa, à base de injeções diárias de heparina (anticoagulante) na gravidez e até no pós-parto.

Imunológica: durante a gestação, o sistema de defesa da mulher produz anticorpos capazes de identificar proteínas do parceiro presentes no embrião. Com isso, o organismo entende que precisa proteger o embrião. Quando ela não produz esses anticorpos (por uma deficiência do sistema imunológico), essa mensagem não chega para o organismo, que pode expulsar o bebê. O diagnóstico inclui um teste chamado cross-match, que identifica se a mulher tem aqueles anticorpos. Se não tiver, é preciso produzir uma vacina especial, à base das células do marido. A mulher toma uma dose a cada três semanas consecutivas antes de engravidar e repete o teste. Se não der resultado, toma as picadinhas de novo.

Genética: afeta cerca de 4% dos pacientes. O problema mais comum é um desarranjo chamado de translocação balanceada, que afeta homens e mulheres. A pessoa que tem essa alteração é perfeitamente normal, mas na combinação do óvulo com o espermatozoide, mesmo que um deles não tenha o problema, pode surgir esse desarranjo. O organismo, então, reconhece que o embrião é incompatível com a vida e o aborto ocorre ainda no primeiro trimestre. Não existe tratamento. A opção é fazer fertilização in vitro e selecionar os embriões que não tiverem esse problema (esse tipo de manipulação genética é permitida no Brasil).
É possível prevenir o problema? Saiba mais...



Como evitar o achatamento da cabeça do bebê
A Academia Americana de Pediatria fez novas recomendações para prevenir as chamadas assimetrias cranianas, ou seja, quando a cabeça do bebê fica achatada. 
 Shutterstock

Desde 1992, quando a Academia Americana de Pediatria passou a recomendar que os bebês dormissem de barriga para cima, o número de morte devido à Síndrome da Morte Súbita Infantil – a principal causa de morte entre crianças menores de 1 ano naquele país – caiu pela metade.

Apesar da diminuição das mortes, os pediatras perceberam um aumento significativo nos casos de bebês com assimetrias cranianas, ou seja, com a cabeça achatada. O problema também é conhecido como plagiocefalia posicional. Mas por que isso acontece? O crânio do recém-nascido é composto de placas móveis. Essa mobilidade é necessária para que a criança passe através do canal do parto. O espaço entre essas placas também permite que o cérebro do bebê cresça. Se o recém-nascido fica deitado sempre na mesma posição, as placas não se movimentam na região da cabeça que está apoiada e a deixa plana. Nos Estados Unidos, cerca de 13% das crianças saudáveis têm algum achatamento na cabeça.

Por isso, novas recomendações de cuidados com a cabeça do bebê foram publicadas na revista científica Pediatrics para prevenir esse tipo de problema. Confira:

- Aumente o tempo que a criança fica de barriga para baixo. Segundo o pediatra James Laughlin, autor do novo relatório, o bebê deve passar, pelo menos, 30 minutos por dia nessa posição. O ideal é ir aumentando esse tempo aos poucos para que a criança se acostume e desenvolva os músculos do pescoço e da nuca. “Além disso, estudos mostram que bebês que ficam nessa posição têm melhor desenvolvimento motor”, diz o especialista. Saiba mais...
Laptop com Wi-Fi danifica espermatozoides, diz pesquisa
Estudo mostra que, se usado no colo, o calor gerado pelo computador afeta a qualidade do esperma
 Shutterstock

Preste atenção em como seu marido usa o notebook no dia a dia. Um estudo argentino publicado na revista científica Fertility and Sterility mostrou que usar onotebook conectado a uma rede Wi-Fi no colo pode afetar a fertilidade masculina.

Para chegar a esse resultado, os cientistas, liderados pelo bioquímico Conrado Avendaño, da Sociedade Argentina de Medicina Reprodutiva, recolheram amostras de sêmen de 29 pacientes saudáveis e as dividiram em duas partes: a primeira foi exposta a um laptop conectado à web via Wi-Fi durante 4 horas. A segunda foi incubada em condições idênticas, porém sem a exposição à conexão ou ao computador.

Em seguida, os pesquisadores avaliaram a mobilidade e a fragmentação do DNA de cada amostra. Os resultados mostraram que aqueles expostos ao laptop com Wi-Fi mostraram uma queda significativa na mobilidade e um aumento na fragmentação do DNA, o que pode causar a morte celular.

Segundo o urologista Renato Fraietta, da Universidade Federal de São Paulo, estudos anteriores já haviam demonstrado que a temperatura dos laptops é também prejudicial aos espermatozoides. "Quando o portátil fica no colo, a temperatura dos testículos sobe 2,5ºc em uma hora – o que é muito perigoso, uma vez que a produção de esperma depende de baixas temperaturas para acontecer", explica o urologista.

A infertilidade é um problema que afeta cerca de 15 % dos casais, de acordo com a Academia Americana de Medicina de Família, sendo que 5% desses casos estão relacionados apenas ao homem por uma série de motivos: infecções, desequilíbrios hormonais, tabagismo, etc. O uso do computador no colo não está entre os principais fatores, mas não custa evitar, não é mesmo? Crescer

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